Estive em São Paulo participando da escolha de Campina Grande para sediar uma Unidade da Associação de Assistência à Criança Deficiente – AACD, ocorrida na noite do último sábado, por ocasião de mais uma edição do programa Teleton, do SBT. E, na condição de testemunha e como jornalista, não poderia deixar de brindar os leitores com um relato do que presenciei.
Tive a oportunidade, no sábado pela manhã, de visitar o Centro de Reabilitação Dr. Renato da Costa Bonfim, uma das unidades da AACD em São Paulo. Lá, conheci não apenas uma grande estrutura para atendimento às crianças, jovens e adultos portadores de necessidades especiais, mas, sobretudo, o principal combustível que move as pessoas que trabalham na unidade: o amor ao próximo.
Em termos de estrutura, fiquei impressionado. Tudo muito limpo e organizado. Como era sábado, não tinha quase atendimento e nós pudemos nos deslocar no interior da unidade, visitando todos os setores. Conheci, por exemplo, a Locomat, a principal máquina de reabilitação da Unidade. “Foi um presente do Suplicy”, disse a médica Alice Rosa, Superintendente Técnica da AACD, reportando-se a emenda do Senador Eduardo Suplicy (PT-SP), no valor de R$ 2 milhões, que garantiu a aquisição da máquina.
Conheci, também, o hospital que atende a conveniados do SUS e planos de Saúde e também a particulares. E uma escola que funciona no interior da Unidade, para atendimento a crianças portadoras de necessidades especiais, e que corre o risco de fechar porque a Prefeitura diz não ser possível o funcionamento de uma escola no mesmo prédio onde funciona um hospital.
Também conheci a oficina onde são produzidas as próteses usadas não apenas na unidade que visitamos, mas em outras AACDs do país. Lá o pessoal produz as próteses e também faz adaptações a cadeias de rodas usadas pelas crianças. Estávamos lá eu, o prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rego, a Primeira Dama Ana Cláudia, a Secretária de Saúde de Campina, Tatiana Medeiros e o seu filho, vereador Cassiano Pascoal.
À noite foi a vez de irmos ao SBT. Primeiro, ficamos numa ante-sala grande, improvisada num dos estúdios da TV. Oportunidade de conversar um pouco com diretores da AACD e pessoas envolvidas com o Teleton. Cumprimentamos pessoas e fomos cumprimentados.
Veneziano, Ana Cláudia, a deputada federal Nilda Gondim – que passou a integrar a comitiva – a Secretária Tatiana e o vereador Cassiano cumprimentaram a todos e foram cumprimentados. O mesmo fez o Senador Cássio, que chegou depois. Não posso dizer que o governador Ricardo e sua esposa Pâmela Bório tiveram a mesma disposição, pois calados chegaram e passaram direto para o palco do Teleton. No caso do governador, é o jeito dele, fazer o quê? Romero Rodrigues e Rômulo Gouveia chegaram depois, com o programa já bem adiantado, e foram direto para o palco. Não tiveram muito contato com todos...
Cheguei ao palco por volta das 20 horas e fiquei até quase uma da manhã, quando terminou o programa. No palco, sentei ao lado do colega Abílio José, que também estava pro lá. Vi o carisma de Celso Portiolli; mudei minha opinião sobre o Ratinho, que pensei ser uma pessoa insuportável; fiquei admirado com o tamanho e o jeitão estranho do Padre Marcelo Rossi; e comprovei que o Silvio Santos é do jeito que vemos na TV: simples, sorridente e naturalmente carismático.
Já era quase uma da manhã (horário de verão), quando o Teleton chegou ao final. O presidente da AACD, Eduardo de Almeida Carneiro, finalmente anunciou a construção das duas unidades, sendo uma em Campina Grande-PB e a outra em Vitória-ES. Neste momento, Silvio Santos chama os governadores dos dois estados para o palco. Eles e os dois prefeitos das cidades contempladas já estavam atrás das câmeras, esperando convocação.
Os dois prefeitos, também chamados pela produção do Teleton para o palco, completaram o cenário. Todos falaram. Chamou a minha atenção o espanto de Silvio Santos ao saber que Ricardo Coutinho era o governador da Paraíba. “Ah, você é o governador da Paraíba? Que coisa!!!”. Sinceramente, não entendi o porquê do espanto dele. Será que a produção do programa passou para Silvio Santos alguma informação sobre Ricardo que não sabemos?
Chamou a atenção, também, a mão esticada de Ricardo Coutinho para cumprimentar Silvio Santos, que não atendeu ao cumprimento, deixando o nosso governador meio que sem jeito, recolhendo os dedos para fazer um sinal de legal com o polegar. Também chamou a atenção a pressa de Silvio Santos para encerrar o programa, quase não deixando Veneziano falar.
E chamou a atenção o fato de Ricardo não ter citado a participação da Prefeitura de Campina Grande no projeto (é bom lembrar que a Prefeitura de Campina Grande é que vai manter a unidade). Da mesma forma, Ricardo ter dito que garantia a subvenção para o funcionamento da Unidade (será que o Estado vai direcionar dinheiro à Prefeitura de Campina Grande para a manutenção da AACD Campina e eu não estava sabendo?)
Chamou a atenção de alguns – não a minha – o fato de Silvio Santos não ter chamado o Senador Cássio Cunha Lima ao palco. E de Veneziano não ter citado Cássio em sua fala – o que fez o governador Ricardo. É bom lembrar que os organizadores do Teleton procuram evitar, ao máximo, a questão política. Por isso eles chamam apenas governadores e prefeitos das cidades contempladas – mais para que se comprometam, cada um com a sua parte. Nem o Senador Eduardo Suplicy, quando indicou emenda para aquisição do Locomat (R$ 2 milhões) foi chamado ao palco. “Não poderia eu citar todos os políticos ali. Não cabia esse tipo de postura”, disse veneziano.
No mais, é parabenizar a todos os envolvidos com a conquista. Políticos, administradores e, sobretudo, as pessoas que fizeram suas doações e garantiram mais de R$ 26 milhões – o que proporcionou a construção de duas unidades, este ano, ao invés de uma, como costumeiramente ocorre.
Agora, é tocar o projeto da AACD. É provável que a Unidade de Campina Grande seja construída em breve. Até porque ela deve ser apresentada no Teleton do ano que vem, como forma de prestar contas do dinheiro gasto. Ganha Campina Grande, ganha a Paraíba, ganha o Nordeste, que, hoje, conta com apenas uma unidade, localizada em Recife.
Parabéns a quem entendeu que não cabia política no meio dessa história. E juízo para quem pensa o contrário.
Carlos Magno
Nenhum comentário:
Postar um comentário