sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Vital defende um “calendário rigoroso” para conclusão da transposição Fonte: Da Redação com Ascom



Foto: Agência Senado
Em discurso feito na tribuna do Senado Federal, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), lamentou os efeitos da seca que castiga o nordestino, e cobrou um calendário rigoroso para a conclusão das obras da Transposição do Rio São Francisco, apontada como obra do século e redenção do povo nordestino.

Vital que foi aparteado pelos senadores Inácio Arruda, Walter Pinheiro e Wellington Dias, enfatizou em seu discurso que a seca que ora afeta o Nordeste, tem causado sofrimento ao sertanejo que sente os efeitos de forma drástica nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e parte de Minas Gerais.

Da Tribuna do Senado, Vital relatou a situação que passa o nordestino e disse que as autoridades não podem ficar insensíveis ao drama, mais produzir alternativas viáveis para amenizar o sofrimento do povo.

Com base em informações do Departamento Nacional de Obras Contras as Secas (DNOCS), ele lembrou por conta da seca, os açudes do Piauí já registram baixa no volume de água armazenada de 45% enquanto no Ceará a reserva hídrica já caiu 50%. Na Paraíba conforme relatou o parlamentar, a situação não é diferente. Os dados do DNOCS revelam que os reservatórios monitorados pelo órgão federal, constam apenas com 16% das suas reservas. Alguns açudes como Coremas Mãe D”água, o maior do Estado, e o Engenheiro Ávidos, estão bem abaixo de sua capacidade total de armazenamento.

“A seca continua castigando os nordestinos. Neste ano de 2012, o fenômeno veio com uma violência que não víamos há mais de 40 ou 50 anos. Algumas cidades já passaram de dois anos sem qualquer sinal de chuva, e a seca assola a região de modo generalizado, com graves repercussões econômicas e sociais. O sofrimento do nordestino é patente. Sinto-o dolorosamente”, clamou Vital.

O senador enfatizou que a ausência de água, prejudica o fluxo da vida da população. Em períodos de longa estiagem como o que o Nordeste atravessa esse ano, fica difícil obter água para cozinhar, para beber, para tomar banhar. A água para a lavoura, seja de vazante ou de plantação de maior porte, está completamente comprometida. Os rebanhos morrem, a produção de leite caiu pela metade.”Desfia-se um rosário de misérias que parece não ter fim, rosário que, como o fio da meada de algum obscuro labirinto, vai encadeando Morte e Vida Severina”, ilustrou Vital.

Diante de vários senadores da bancada nordestina, Vital ressaltou que a seca é um antigo problema, conhecido há séculos sem que consigamos equacioná-lo devidamente. Para Vital, mais que um problema, a seca é um desafio e uma a batalha travada ao longo de todo esse tempo, condicionada a recursos insuficientes, a programas cujos investimentos não resolveram, nem mesmo localmente, a situação de penúria dessa parte do Brasil. “Penso, neste momento, nos mortos da seca, nos deserdados da chuva, naqueles que vivem com o mínimo existencial”, lamentou.

Ainda lamentando o flagelo da seca, Vital disse que que não é fácil viver dentro do território que sofre com a escassez de água, principalmente no semiárido nordestino.

Como se não bastasse o drama da seca, o Nordestino segundo Vital, ainda sofre para liquidar as dívidas rurais contraídas junto a instituições como o Banco do Nordeste.

Na condição de presidente da comissão especial externa constituída no Senado para acompanhar as obras da transposição do Rio São Francisco, Vital cobrou ações emergenciais para amenizar o sofrimento do Nordestino. Nesse sentido, defendeu um “calendário rigoroso” para conclusão da transposição. Para ele, a transposição é a solução definitiva para a seca que assola a região.
“É necessário que se vejam essas soluções como emergenciais, mas não se deixe de focar que a luta para definição da obra de transposição não pode ser uma política de um olhar a médio ou longo prazos. Ela tem que ser, , para ontem, para ontem mesmo”, cobrou.

Para Vital, estamos, realmente, em uma situação vexatória, onde vidas estão correndo risco, e por isso, ele fez um apelo para que as ações de curtíssimo prazo como aquelas que tratam do arraçoamento animal, aquelas que tratam das ações de carros-pipa para o abastecimento humano, aquelas que sejam fontes de recuperação mínima da existência animal e humana possam servir como mecanismo paliativo.

“ Por isso que eu me uno aos colegas Senadores paraibanos: Cássio Cunha Lima e Cícero Lucena, para, desta tribuna, da mais alta envergadura do Congresso Nacional, dizer que a Paraíba pede socorro e exige uma ação rápida e convocar todos os companheiros Senadores do Nordeste envolvidos com o projeto da transposição do Rio São Francisco definir o plano de trabalho da Comissão Especial que tratará da matéria”, conclamou.

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