A primeira-dama do Estado, a jornalista Pâmela Bório, recorreu na tarde deste sábado as redes sociais para contra-argumentar a reportagem da Revista Isto É divulgada neste final de semana.
“Me perdoem, mas precisava desabafar sobre a verdade dos fatos e me defender dos ataques, da agressão gratuita, da infâmia e maledicência injusta das quais estou sendo vítima”, disse a jornalista no final de seu texto sobre a reportagem. Ela avisa que continuará usando as redes sociais e que não irá apagar postagens.
Veja na íntegra a publicação da primeira-dama
Considero grave o fato de um veículo, que se pretende idôneo, apresentar texto baseado em apuração leviana e deficiente, no mínimo dos males. O desacato, portanto, não se restringe a minha pessoa, mas se estende ao público por macular o direito ao acesso à informação verdadeira, garantido pela Constituição Brasileira.
No menor dos erros, observei como atitude simplista e até com tom depreciativo me reduzir a uma “ex-modelo”, quando desenvolvo carreira no jornalismo já com mais de 10 anos de trabalhos árduos e dignos, tratando a informação com responsabilidade e, portanto, respeito ao público. Bem diferente do que se mostrou a irresponsável repórter da Revista Época através da veiculação de seu texto repleto de mentiras e especulações ao meu respeito.
Ao contrário de muitos profissionais da mídia e veículos prostituídos, desenvolvo um jornalismo consciente e independente. Nunca trabalhei com política, assessoria ou com gestão pública, mas tenho noção do que é uma administração correta e voltada para as necessidades da população pelo testemunho de ações do atual governo e de outros gestores competentes e sérios. Matérias encomendadas pela oposição não surtem efeito quando fatos se sobrepõem às inverdades.
Declaro com total convicção a mentira de que promovo “festanças” na Granja assim como também são mentiras as alegações de que disponho do dinheiro público. Ora, primeira-dama não tem poder de ordenamento de despesas, fato ocultado pela ignorância ou maldade da jornalista da IstoÉ. Se não sabe, cara colega (chamo-a assim, pois imagino que deve ter formação para executar o trabalho na revista), primeira-dama não é cargo, é apenas uma função, com prazo e limites definidos.
Não recebo qualquer remuneração por ser primeira-dama, tampouco possuo cartão corporativo. Sempre vivi com o suor do meu trabalho honesto e atento aos interesses do público. Jamais recebi propina de políticos, partidos ou quaisquer fontes como, atualmente, agem certos profissionais da imprensa. O que possuo é proveniente do meu salário de apresentadora da emissora que trabalho desde que cheguei na Paraíba. Se carrego uma bolsa Hermés, se ela é falsa ou legítima, isso diz respeito somente a mim. Sequer recebo mesada do meu esposo, possuo autonomia que só mulheres emancipadas optam na atualidade, sempre busquei romper paradigmas e desfazer estereótipos.
Bem verdade que recebo muitos presentes e alguns agradeço publicamente através dos meus canais de interação com as pessoas, a exemplo das lingeries de uma empreendedora paraibana da cidade de Monteiro-PB, citada no texto, as quais tenho orgulho em divulgar e incentivar. Vergonha é deturpar a referida situação alegando se tratar de minha coleção de lingeries (por acaso tem conhecimento se as amostras que recebi me serviram?) com o objetivo de depreciar uma pessoa pública usando o artifício dos padrões ilusórios e juízos de valor e, ainda pior, o estímulo ao preconceito. A propósito, a IstoÉ também ocultou onde o leitor pode analisar as postagens interpretadas e julgadas de acordo com os interesses da revista: @pamela_borio (Twitter) e @pamelaborio (Instagram)
Não vou excluir quaisquer redes sociais ou publicações, não me arrependo de nada que tenha divulgado e continuarei atuando da mesma forma espontânea e condizente com a minha profissão e a minha personalidade. Inclusive, tenho de estar cada vez mais íntima das novas tecnologias e meios de interação já que se trata do meu objeto de estudo do mestrado. Permanecerei desta forma e isso pode até contrariar oposicionistas que querem uma primeira-dama sem voz, acrítica e até submissa, mas o meu foco é continuar sendo a mesma e tendo o comportamento verdadeiro e aberto de sempre.
Penso que minha atual condição é passageira: ESTOU primeira dama, mas SOU e sempre serei jornalista. Amo a minha profissão e sou bem resolvida sobre a minha exposição, seja como esposa de líder político ou como apresentadora de TV. Me orgulho do meu ofício e de quaisquer atividades que tenha desenvolvido na minha história de vida, como desfiles, atuações em peças teatrais, ensaios fotográficos… Também me sinto à vontade com a minha expressividade e aproveito meu espaço na mídia e na internet para promover qualquer atividade ligada à economia, à cultura, aos empreendimentos, à educação, enfim, às peculiaridades do estado e até da atualidade.
Mesmo sendo fortuita e passageira, dedico com empenho a função de primeira-dama, onde tenho a oportunidade de coordenar o Programa do Artesanato Paraibano onde oferecemos capacitações e estimulamos a produção artesanal (conseguimos dobrar a renda dos artesãos através da realização de salões e outras feiras, com oferta de créditos pelo Empreender, com ações de qualificação…) focando na manutenção da tradição e valorização da cultura. Também tenho a honra de presidir a ONG CENDAC onde sanamos dívidas e focamos na profissionalização em detrimento ao assistencialismo. Assim, já oferecemos quase 3000 cursos profissionalizantes em apenas 2 anos.
Por esses trabalhos também não recebo qualquer compensação financeira, minha única recompensa é o reconhecimento pelo povo da minha contribuição no crescimento da Paraíba. Não cabe aqui detalhar todas as realizações em benefício de instituições, empresas ou pessoas físicas, mas meus serviços voluntários continuarão sendo escutados da mesma forma e agora com maior motivação já que percebo que minha atuação como primeira dama tem incomodado ao extremo de plantarem inverdades com o propósito maior de me denegrir, mesmo com hipóteses infundadas e facilmente contestáveis.
Vivo da minha imagem desde muito cedo por isso sempre tive cuidado em ter uma aparência asseada antes de estar como primeira dama. Tenho plena consciência de que não me reduzo a uma jovem bonita que se veste com esmero e “gosta de luxo e badalações”, sou muito maior do que qualquer julgamento pré-concebido por quem não me conhece e não vai ser qualquer mentira motivada por sentimentos pequenos como a inveja ou articulação de opositores que vai destruir o que está solidificado há anos, pois mais forte que palavras insanas e delinqüentes alheias, são as atitudes que fazem a história de uma nordestina batalhadora e honesta como eu, de família humilde e honrada, que trabalha desde cedo para sobreviver e que poderia ter escolhido caminhos mais fáceis. No entanto, sempre me direcionei pelo caminho do esforço justo e do conhecimento, nunca fugi de desafios, nem temo polêmicas desnecessárias.
Sobre nossa intimidade, que garanto preservar o fundamental, não tenho o menor constrangimento em demonstrar publicamente qualquer afeto, assim como não tenho pudor em atestar que seguimos “vivendo num clima amoroso que parece prolongar a lua de mel”, nossa relação é baseada apenas no amor que sentimos um pelo outro. É mentira de que nos conhecemos na TV em 2010, ano em que nasceu nosso filho quando já estávamos casados há pouco mais de um ano. Também nos conhecemos em lugar bem diferente da redação ou dos estúdios onde trabalho e quando batizamos nosso bebê em 2011 aproveitamos para celebrar nossa união através da cerimônia religiosa. Mas detalhes não vêm ao caso, apenas reforçam como a reportagem apresentou diferentes mentiras e até amadorismo pois informações como estas são de domínio público (entenda-se “internet”).
A maior gravidade se concentra sobre as acusações da Época de que “parte do dinheiro usado para bancar o luxo ostentado” ou “inúmeros mimos” são provenientes dos cofres públicos e de que “orçamentos terem sido solicitados pela primeira-dama do estado.” Mentira absurda, descabida! É irracional, ilógico afirmar que assumi “o lugar dos pregoeiros e demais funcionários da administração pública responsáveis por cotar preços e dar transparência ao destino das verbas do Estado”!
Saibam que, tanto o veículo quanto a jornalista vão responder por cada mentira disseminada em cada mídia e propagada por outros meios de comunicação. Direito de resposta ou processo algum amenizará a dor e o sofrimento causado à minha família, amigos e a mim. Na possibilidade de ser matéria encomendada, não há dinheiro que por ventura tenham recebido capaz de indenizar tamanha covardia e maldade. Toda a calúnia será entregue à justiça, assim como faço questão da justiça ter acesso a toda a minha movimentação financeira, apesar de ninguém ter pedido ou mencionado isso. Qualquer comprovação da minha lisura será insuficiente diante do desastre da propagação perene pela internet das mentiras e acusações sobre corrupção, roubo ou “estilo de vida extravagante” que ligaram à mim. Atribuições de valores avessos à minha realidade e ao meu caráter serão considerados no processo contra os caluniadores. Talvez desta forma, num futuro breve, consiga ao menos comprar uma casa ou um meio de transporte, coisas que ainda não tive condição de adquirir com meu salário pequeno de jornalista honesta, mas grande e importante em comparação ao valor da imprensa que age com má fé, de forma criminosa e premeditando massacres.
Quanto às informações sobre o que NÃO me diz respeito (os gastos do governo com a Granja ou Casa Civil especulados na reportagem) devem sim ser averiguadas e se constatados os abusos nos preços, como cidadã, exijo que os reais responsáveis sejam julgados. Não tenho conhecimento sobre as despesas do governo, a IstoÉ deveria ter apurado com o secretário da pasta Lúcio Flávio e com os administradores da Granja na ocasião das referidas compras pois a responsabilidade da aquisição é da diretoria administrativa da Casa Civil. Apoio qualquer investigação de uso indevido do dinheiro público, indiscriminadamente. Como expressado nas minhas páginas pessoais, tendo como exemplo minha crítica ao mensalão e ao caso Rosemary.
Nada e ninguém vai me calar sobre a defesa da verdade, da informação e dos interesses dos cidadãos honestos, trabalhadores e aguerridos por um país melhor. Essa é a luta de uma vida. Essa é a luta de várias vidas.
Me perdoem, mas precisava desabafar sobre a verdade dos fatos e me defender dos ataques, da agressão gratuita, da infâmia e maledicência injusta das quais estou sendo vítima.
Veja a reportagem da Revista ISTOÉ
A ex-modelo Pâmela Bório e o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, cultivam um estilo de vida extravagante. Mas quem paga a conta é o contribuinte
Pâmela promove festanças, expõe no Instagram coleção de lingerie e diz que o “maridão”, Coutinho , é quem “curte” as novidades.
A primeira-dama da Paraíba, Pâmela Bório, 29 anos, é uma mulher esfuziante. Ex-modelo, belíssima, olhos claros e corpo escultural, gosta de luxo e badalações, sem revelar nenhuma preocupação com a discrição. Ao contrário. Recentemente, Pâmela exibiu na rede social Instagram sua nova coleção de lingeries e, abaixo das fotos, sapecou a legenda: “Presente para mim, mas quem curte é o maridão.” Tal exibição de intimidade deveria ser uma questão que só dissesse respeito a ela e ao referido “maridão”, o governador Ricardo Coutinho (PSB), 52 anos. O episódio, porém, tornou-se o novo capítulo de uma explosiva investigação de uso indevido de dinheiro público. Após auditoria nas contas da residência oficial do governador, o Tribunal de Contas da Paraíba concluiu que inúmeros mimos da primeira-dama não são pagos somente com o salário de R$ 20 mil de Ricardo Coutinho, cujo patrimônio é avaliado em menos de R$ 1 milhão. Parte do dinheiro usado para bancar o luxo ostentado e os hábitos peculiares da primeira-dama sai dos cofres públicos.
Um relatório do Tribunal de Contas, obtido por ISTOÉ, revela que as festas promovidas na Granja Santana – como é chamada a residência onde moram o governador e a primeira-dama – consumiram 17,4 toneladas de carnes, peixes e frutos do mar, só no ano de 2011. Na mesma prestação de contas, que o órgão de fiscalização classificou como um dos inúmeros “exageros de gastos”, havia uma nota registrando a compra de 60 quilos de lagosta. Além das despesas com comida, os auditores descobriram que até o enxoval do bebê de Pâmela e Coutinho foi pago pelo contribuinte. O governador não mexeu no próprio bolso nem mesmo para comprar os móveis para o quarto do filho ou as bolsas para carregar mamadeiras. A quantidade de farinha láctea adquirida para a criança também espantou o tribunal: foram 460 latas apenas entre os dias 21 de novembro e 13 de dezembro de 2011. “O governador deve ter uma creche em casa para consumir toda essa farinha láctea em menos de um mês”, criticou o deputado estadual Janduhy Carneiro (PEN). A oposição a Coutinho passou a se referir ao caso como “o escândalo da comida infantil”, lembrando que em 28% dos municípios paraibanos não há creches.
O relatório do Tribunal de Contas estadual ainda mostra outras excentricidades. Segundo a fiscalização, no ano passado, a residência oficial foi abastecida com rolos de papel higiênico ao custo de R$ 59 o pacote com quatro unidades. Detalhe: as folhas higiênicas eram personalizadas com a impressão do desenho de um casal de noivinhos. Foram adquiridos também sais e espumas de banho, além de artigos de decoração. Tudo sem levar em consideração a cotação de preços exigida por lei. “Transpareceu como critério de escolha o gosto pessoal e não a impessoalidade exigida na ação administrativa pública. Robustece a afirmação o fato de os orçamentos terem sido solicitados pela primeira-dama do Estado”, censurou o tribunal. Ou seja, como se estivesse administrando o orçamento de sua casa, Pâmela assumiu o lugar dos pregoeiros e demais funcionários da administração pública responsáveis por cotar preços e dar transparência ao destino das verbas do Estado. Ao que tudo indica, a primeira-dama, ostentando sua infalível bolsa Birkin, da grife Hermés, circulou pelas lojas locais comprando o que era de seu interesse. “O transportador da mercadoria, registrado na nota fiscal, foi a senhora Pâmela, esposa do governador”, cravaram os auditores.
Nascida na Bahia, aos 13 anos Pâmela começou uma carreira como modelo. Quando adolescente, participou de vários concursos de beleza, sendo premiada em todos eles, como gosta de lembrar. Já adulta, promoveu campanhas publicitárias para uma renomada joalheria. Em 2008 conquistou o título de miss Bahia. E, quando seu destino parecia mesmo as passarelas, transferiu-se para João Pessoa, para trabalhar como apresentadora de uma televisão local. Foi ali na tevê, em 2010, que ela conheceu Coutinho, entrevistando-o como candidato ao governo do Estado. Casaram-se em fevereiro de 2011, um mês após a posse. No Estado, Coutinho é conhecido como homem simples, filho de um agricultor e uma costureira. Segundo amigos do casal, o “maridão” e a primeira-dama seguem vivendo num clima amoroso que parece prolongar a lua de mel. O problema é saber quem paga a conta do romance. Na quinta-feira 10, a assessoria do governador Coutinho informou à Istoé que na Granja Santana são servidas 120 refeições diárias que atendem o pessoal da limpeza, segurança, jardinagem, etc. Quanto às despesas, com o enxoval do filho do governador, informa que “é obrigação do Estado suprir os gastos particulares de sobrevivência dos governantes nas residências oficiais”. Afirma, ainda, que a primeira-dama não possui cartão corporativo e que a bolsa Hermés “é uma réplica”.
MaisPB
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