terça-feira, 26 de março de 2013

Com animais mortos e plantações perdidas, agricultores terão que pagar R$ 200 mil a banco


O cenário da seca na região de Cajazeiras gera angústia e desespero aos agricultores que temem não aguentarem. Açudes estão totalmente secos
Com animais mortos e plantações perdidas, agricultores terão que pagar R$ 200 mil a banco
Agricultor chora contando a situação da seca
Com pouca chuva na região de Cajazeiras, agricultores e produtores das comunidades rurais sofrem, choram e clamam por ajuda dos Governos.
Sem nada para comer, os animais ficam fracos, caem e morrem de fome e até de sede, pois os açudes estão totalmente secos.
A reportagem do Diário do Sertão visitou três comunidades rurais, Assentamento Frei Damião, Angelim e Sítio Gadelha, para ouvir os reclames e as súplicas da população que padece com os efeitos da seca.
Para piorar a situação, além de perder toda plantação e os animais, os agricultores ainda estão sendo cobrados por dívidas milionárias do Banco do Nordeste, com débitos que ultrapassam R$ 237 mil.
Situação
O agricultor João Joaquim de oliveira, de 66 anos, disse que essa foi a pior seca que já durante toda sua existência.
O senhor João afirmou que já plantou sua roça por duas vezes somente este ano, mas não nasceu nenhum pé de feijão porque faltou chuvas. “E agora, o que vamos fazer? Já perdi tudo. Inferno este ano não tem não” Disse em tom de choro o agricultor.
Tristeza
Com muita tristeza no olhar, o produtor José Pereira lamenta a situação crítica. “As vacas estão quase todas mortas e as que ainda têm ninguém quer comprar mais. Não tenho condições de pagara dívida do banco”.
Segundo José Pereira, além da dívida do banco ser muito alta, tudo o que ele tinha foi perdido na seca, pois o seu rebanho morreu de fome e sede.
“A tristeza é grande. Não tem escapatória. Ando 20 km para carregar água de carroça”. Desabafou angustiado o produtor
Não dá
Avelino Pedro revelou que não tem condições de pagar a dívida porque já se passaram dois anos de seca, além do valor cobrado ser exorbitante. “A gente não tem como pagar esse dinheiro. Não temos mais nem onde trabalhar”.
De acordo com Avelino, o prazo dado pelo banco foi três dias, mas mesmo vendendo sua propriedade não dá para quitar o débito com a instituição. “Aqui está acabando tudo, nem sei como sobreviver”
Revolta
O agricultor André Duarte, mais conhecido como “Chico da Mata” se mostrou indignado com a presidenta Dilma Rousseff (PT), em sua primeira visita a Paraíba.
“Ela não veio fazer visita no Nordeste, ela veio para João Pessoa, mas lá não tem seca. Ela tinha que ter visitado o Sertão para ver os animais mortos e vai morrer mais”. Declarou o sertanejo
RC
Segundo Chico da Mata, o governador do Estado, Ricardo Coutinho (PSB), não está ajudando os agricultores do Sertão. “Não tem Governo, não tem nada, porque ele deveria está perfurando poços e fazendo melhorias nos açudes, mas nada” Disse o agricultor
Cobrança
Ele confessou que não tem como pagar as dívidas dos empréstimos que estão sendo cobrado pelo banco. “Eles querem forçar a gente pagar. Estamos com a criação se acabando, fomos tentar fazer outro empréstimo, mas eles não soltaram”. Disse Chico da Mata
Outro lado
Procurado para explicar a cobrança das dívidas dos agricultores, a gerência do Banco do Nordeste de Cajazeiras disse que os prejudicados devem procurar a agência para individualizar e renegociar seus débitos.
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DIÁRIO DO SERTÃO com reportagem e fotos de Ângelo Lima

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