sábado, 23 de março de 2013

Água - Consumo e Desperdício



Nesse dia 22 de março, comemoramos o Dia Internacional da Água, data esta que o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) traz a tona uma reflexão sobre um tema que há tempo se discute no Brasil, mas poucas ações são realizadas com êxito. Refere-se a as atividades imediatas para o uso correto do mais importante recurso mineral: a água. Segundo ele, a política de racionalização deve ser debatida sempre, especialmente em memória ao dia.

Desperdício de água: um perigo que ronda a humanidade

Já diziam nossas avós que sabendo usar não vai faltar. O velho ditado é cada dia mais atual, assim como a necessidade de utilizar com sabedoria o que temos. A água é um recurso limitado, e o seu desperdício tem consequências. Cada setor da economia, cada fatia da sociedade, tem sua parcela de responsabilidade nessa história.
A semelhança da maioria dos países, no Brasil, a agricultura é quem mais consome água - quase 63% do que é captado vai para a irrigação. O uso doméstico é responsável por 18% do consumo, a indústria fica com 14%. Os 5% restantes são usados para matar a sede dos animais de criação. Todos esses consumidores tendem a usar a água de modo abusivo. E não é a qualidade de vida que exige isso. Com um bom planejamento, é possível gerar empregos e movimentar a economia mesmo com pequenas quantidades do recurso. Temos como exemplos Israel e bem perto de nós Petrolina.
Roça perduária
A irrigação é vital para a agricultura na maior parte do planeta e em certas regiões do Brasil. Cerca de 18% das áreas cultivadas globalmente são irrigadas. Contudo, como elas costumam produzir mais de uma colheita por ano, sua participação na produção mundial de alimentos é proporcionalmente maior - até 40%.
No Brasil, há 3 milhões de hectares irrigados - é relativamente pouco dada a área plantada no país, em parte pelos custos envolvidos, em parte porque esta prática só se definiu aqui a partir de 1970. Dependendo da região onde é praticada, a irrigação pode adotar modelos bastante diferentes. Nas regiões sul, Sudeste e Centro-Oeste, ela é mais comum em arrozais e plantações de grãos: tem crescido particularmente na cultura de soja do Centro-Oeste. No nosso Nordeste, é praticada com pesado investimento governamental, visando ao desenvolvimento regional, e está concentrado na fruticultura.
Para enfrentar o desperdício é necessário ampliar a eficiência da irrigação. Em geral, os agricultores promovem a inundação de seus campos ou constroem canais de água paralelos aos canteiros. No Brasil, são comuns os sistemas de aspersão. Dentre eles, está o de pivô central, com uma haste aspersora que gira em torno de um eixo, molhando uma grande área circular. Em todos esses casos, as plantas só recebem uma parte pequena da água. O resto evapora ou e corre para corpos d'água próximos. Muitas vezes, isso acaba promovendo erosão, salinização da água ou sua contaminação com agroquímicos.
Técnicas mais eficientes podem reduzir em até 50% a água necessária. Uma das principais é o sistema de gotejamento - um duto passa ao longo das raízes das plantas, pingando apenas a água necessária. Produzir tomates com os sistemas de irrigação tradicionais exige 40% mais água que nos sistemas de gotejamento.
Recentemente fiz um pronunciamento no Senado para o "Brasil que pede socorro", onde me referi aos 1.135 municípios do semiárido nordestino em estado de emergência devido à prolongada estiagem.
No relatório da Caravana da Seca, promovida no fim de 2012 por deputados estaduais da Paraíba, foi revelado que mais de 170 municípios do nosso estado se encontram em estado de emergência. A demora na transposição do rio São Francisco agrava a situação e revela a disparidade de tratamento das regiões brasileiras.
Porém o desperdício de água é um problema global, de acordo com as Nações Unidas, crianças nascidas no mundo desenvolvido consomem de 30 a 50 vezes mais água que as dos países pobres. Mas as camadas mais ricas da população brasileira têm índices de desperdício semelhantes, associados a hábitos como longos banhos ou lavagem de quintais, calçadas e carros com mangueiras. O banheiro é onde há mais desperdício. A simples descarga de um vaso sanitário pode gastar até 30 litros de água, dependendo da tecnologia adotada.
Com base nessa situação, nosso país amarga números desastrosos para a futura geração. Convém ressaltar que a população a cada dia cresce e a água potável encontra-se em um processo acentuado de escassez crônica, tornando mais difícil controlar a sua demanda. Dados da ONU revelam que quatro bilhões de pessoas terão problemas com escassez de água no ano de 2050.  A falta do recurso mineral causa a morte de 4 milhões de crianças por ano em consequência  de contrair doenças como a cólera e a malária.
A água é um recurso vital. Por isso, as colaborações dos agricultores, do poder público, das empresas, das instituições e da própria sociedade são de suma importância para o bom uso desse importante recurso mineral.

Senador
Vital do Rêgo

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